opinião

NOVEMBRO AZUL

11 de dezembro de 2022

Ramalho Leite
Terminou com o mês e a campanha acima nominada, repetida, anualmente, e que pretende educar os homens eliminando o preconceito do exame de prevenção do câncer de próstata, também chegou ao fim. Para um bacharel em direito é difícil discutir temas relacionados à saúde pública, todavia, dada à sua importância, resolvi pesquisar um pouco e dar o meu contributo, mesmo já tendo o ano adentrado para seu último mês. A vida continua e a próstata, essa glândula de suma importância para o homem, continuará a imolar os desprevenidos e, sobretudo, os preconceituosos que se recusam a deixar passar até o alojamento da próstata, o dedo protetor do médico.
Segundo as estatísticas, a cada biênio deverão ser diagnosticados cerca de sessenta mil casos de câncer de próstata. Um a cada nove homens será atingido, principalmente, após os sessenta e cinco anos. O câncer de próstata só perde para o câncer de pulmão, como causa morte entre os homens. A morbidade, porém, não contempla todos os diagnosticados. A cada quarenta e uns homens, apenas, um morrerá. Daí a necessidade da prevenção e o mérito dessa campanha de divulgação das causas, sintomas,  e meios de combater o mal. A próstata, para quem não sabe, é a glândula responsável pela produção do liquido seminal. Logo, dela provém a semente familiar. Sem a próstata, não há filhos. Mas a natureza é tão bondosa que prefere macular, principalmente, aqueles que já constituíram sua descendência.
A próstata, como o hino nacional, está “deitada eternamente em berço esplendido”, mas pode ser atingida pelo câncer, como também, por males menores como a prostatite, tratada com antibióticos, por tratar-se de infecção causada por vírus ou bactérias; há também a incidência de hiperplasia benigna da próstata, conhecida como próstata crescida ou inflamada. Para todos esses “incômodos”, há cura, inclusive para o câncer, desde que seja diagnosticado e tratado a tempo. Entre as causas, se inclui, inclusive, a herança genética.
Tratamento a tempo, significa que o homem deve, periodicamente, submeter-se ao toque retal, que avalia o tamanho e a dureza da glândula. Em escala menor, mas de especial valor preventivo, seguem o PSA, um exame de sangue que contabiliza a quantidade de proteína especifica na próstata; a biopsia, que consiste na retirada de um pequeno pedaço da glândula para exame em laboratório e, finalmente, o exame de urina, utilizado para detectar a presença de bactérias e diagnosticar a prostatite.
Está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos , cereais integrais e com menos gordura de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer. Hábitos saudáveis como atividade física diária, beber pouco e não fumar, também são recomendados. Portanto, não somente exames preventivos mas uma vida de hábitos controlados, podem contribuir para evitar não somente o câncer mas outras doenças crônicas não transmissíveis, segundo ensina do Instituto Nacional do Câncer José Alencar.
Mas se o medo da doença diminui o preconceito, o folclore sobre o exame que os machões procuram evitar, tem aumentado. Mas nem todas as histórias que já ouvi, envolvem o preconceito. Muito pelo contrário. O atual conselheiro do TCE, Arnóbio Viana, quando prefeito de Solânea, atendeu a um morador da zona rural de seu munícipio, com um pedido de passagem para ir  a Capital “se tratar de prosta” no Hospital Universitário. O pedido vinha se repetindo há vários meses, o que despertou a atenção do prefeito. Admoestou o enfermo: – Esse seu tratamento está demorando muito… O humilde trabalhador, porém, esclareceu o assunto:
– Doutor, da “prosta” eu já tou bom! Mas o professor da faculdade gostou tanto de mim, que pede para eu comparecer de 15 em 15 dias para participar das suas aulas práticas…

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