POR RÔMULO MONTENEGRO
Ao longo dessa semana repetindo o que já faço há vários anos, participei das maiores feiras de evolução científica e tecnológica do Agro do Brasil, a Agrishow em Ribeirão Preto-SP e a Expozebu em Uberaba-MG, cada uma delas com as suas especificidades, a primeira, direcionada ao público da agricultura, e a segunda, focada no público da pecuária!
Ambos eventos ocorrem concomitantemente como forma de atrair pessoas dos diferentes setores do agro e da sociedade em geral proporcionando-lhes uma visão holística estratégica, donde, anteriormente, se tinha visões antagônicas e ate concorrenciais, agora, temos uma visão integratória e de complementariedade!
É verdade que, em determinado momento da histórica ascensão do agronegócio nacional havia uma disputa descabida entre a agricultura, a pecuária, a agroindústria, o comércio e os serviços do agro, e isto repercutia em desfavor do setor, porquanto se afastava os “oposto” seguindo a lei da física, ou seja, “aquilo que não fosse igual, não podia se unir”, essa era a regra prevalecente!
Pois bem, de algum tempo para cá, graças as estratégias visionárias de pessoas como Roberto Rodrigues, idealizador da Agrishow e co-fundador da Abag, Alisson Paulinelli, José Luiz Tejon, dentre outros, mudou-se completamente esse paradigma!
Porque não se pode conceber que a agricultura brasileira pudesse avançar em produção e produtividade, a tal ponto de alcançar o primeiro lugar em mais de 11 produtos, não fosse a indústria de máquinas, equipamentos, implementos, os softwares agropecuários desenvolvidos pelos polos de tecnologia das universidades e de empresas privadas, os investimentos a partir da Faria Lima na produção de tecnologias, a abertura de capitais nas companhias e sua viabilização pela Bolsa de Valores, as empresas de produção de insumos agropecuários, as empresas que abrem mercados pelo mundo e etc., se não houvesse a compreensão de que os diversos elos do setor formam um todo que se denomina AGRONEGÓCIO!
Então, essas feiras tais quais a Agrishow e a Expozebu reúnem num mesmo espaço ao longo de uma semana toda essa turma com o propósito de ampliar parcerias, entender novas estratégias e invenções, estreitar relações e firmar novos compromissos, tem garantido a grandiosidade que é o agro brasileiro!
Aliás, como havia dito antes, desde quando passei a frequentar anualmente essas feiras, tenho observado o quanto evoluiu no sentido de colocar o produtor rural brasileiro como protagonista principal de todo esse processo, pois, no passado o que se via era esse mesmo produtor como expectador das tecnologia, dos serviços e da ciência trazidas de outros países mais avançados, ou seja, éramos meros compradores e consumidores desta produção toda!
Mas, o que se ver hoje é o contrário, as empresas brasileiras de produção agropecuária monopolizam esses eventos, assim como, as empresas de serviços, comércio e indústria, e comitivas de diversos países vindo beber da água vertida das diferentes regiões do Brasil!
E não é por menos, que há algum tempo somos autossuficientes na produção nacional de alimentos, não carecemos de importar os principais produtos da cesta básica, e ainda, somos responsáveis por abastecer as gôndolas dos mercados alimentícios mundo afora, além de sermos, o maior produtor mundial de energia limpa e renovável do mundo, assumindo um papel estratégico de produção sustentável de energia para abastecer e movimentar a infraestrutura e logística das principais cadeias produtivas!
Afirmo de forma categórica: no agronegócio somos espelho para o mundo e deveremos manter essa performance por bastante tempo, inclusive, com perspectivas reais de ampliação!
9 Comentários
Rômulo, parabéns pelo trabalho de divulgação de nosso setor, o agronegócio é a mola motriz de nosso país, mesmo que aqui em nosso estado não receba o valor devido, porém nos últimos anos famílias que tem o agronegócio como atividade principal ou complementar estão unindo forças e mostrando o potencial do setor …. Juntos fortalecemos o agro !!!
Parabéns pelo artigo …. Palavras sábias e muito bem colocadas
Caro Rômulo, Muito oportuno vosso posicionamento, o agro não para, e graças a esta dinâmica de está em constante movimento precisamos ficar atentos e fazer nossa parte, difundindo e contribuindo para este entendimento, diante da sociedade, você em muito nos representa, parabéns e nosso reconhecimento por vossas constantes contribuições.
Pedro Marthins
Presidente da Abcc
Muito bem. A sua contribuição esclarece aos meios jornalísticos e resgata o imenso valor e a capacidade produtiva empreendedora da agricultura, da pecuária e toda agroindústria. O pacote tecnológico e a produção de conhecimento promovidos pelo Agro brasileiro para manter o abastecimento humano e impulsionar o desenvolvimento na produção de energia limpa. Devemos esclarecer sempre que possível porque esta transformação profunda deve repercutir na visão que se tem sobre nós mesmos, somos os brasileiros que sustentam e garantem a vida, viabilizamos a equidade e a inclusão para que a prosperidade venha a ocorrer com mais e mais famílias tenham o essencial e as próximas gerações tenham o que comer e que a produção de energia verde permaneça e se amplie, sempre visando a saúde e a qualidade do ar.
Parabenizo o blog do Tião Lucena que nos presenteou com esses artigos de opinião, muito bem escritos pelo competente Rômulo Montenegro, que trazem a lucidez do setor agropecuário mundial e nacional, onde o Brasil é destaque indiscutivelmente. Mas vai além, buscando entender o nosso setor agropecuário, que une os grandes(que são poucos aqui), médios, pequenos e micro produtores do estado, que carece de ser priorizado pelos governantes, ser melhor representado por nossas entidades para que possamos, assim como dito no artigo, unir e interligar todos elos dos arranjos produtivos, o que fez nosso país se destacar e ocupar as primeiras posições mundiais. O exemplo está aqui, não precisa sair para buscar fora. Basta diálogo, união e ação.
Texto bem fundamentado de quem conhece o setor e busca seu crescimento na Paraíba. O agronegócio no Nordeste precisa se aproximar do Cooperativismo e vice versa pra alavancar o crescimento deste importante segmento. Conte com nosso apoio! #somoscoop
Parabéns, Rômulo.
Perfeita análise do Agronegócio Brasileiro, essa visão sistêmica é muito necessária e foi o que nos levou a sermos um setor que continua crescendo, não há setor Agropecuário sem os setores a montante e a jusante da propriedade.
Excelente artigo
Faltou fazer a diferença entre agronegócio e agricultura familiar. Tentam incutir nas pessoas que agricultura familiar e agronegócio são a mesma coisa. E não são.
Não direi porque essa distinção é meramente ideológica e não leva a nada!
Entendo agronegócio como uma cadeia formada por diversos elos as quais importam na produção da “porteira para dentro e da porteira para fora” e envolvem a agroindústria, o comercio e os serviços do Agro!
Não se importa, portanto, o tamanho do personagem, importa mesmo, é a sua inserção nesta cadeia em qualquer dos elos, isso é o Agronegócio!
O mais é balela, conversa fiada e justificativa para aqueles que não sabem sequer o que é produção rural, mas, vive por trás de um birô ganhando dinheiro na “sombra” !