opinião

O CORDÃO E A MEDALHA DE OURO DE NÚBIA LAFAYETTE

29 de agosto de 2023

1berto de Almeida 

O cachorro solto, copo pedindo mais um beijo gelado, deixo de lado a minha valiosa coleção da revista ” Senhor”, ligo o meu pequeno ampliador JBL e vou curtir um brega!

A coleção da “Senhor” é Valiosa. Sobretudo para este MP que passou boa parte de sua vida espalhando os seus olhos – hoje lenteados (não esquecer as cataratas) – sobre essa e outras e outros.

Ora bolas!

Como esquecer nomes como Otto Maria Carpeaux, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Antonio Callado, Antônio Maria, Sérgio Porto, Carlos Heitor Cony. Clarice Lispector e Guimarães Rosa e outros mais?

Mas, agora, nesse exato momento, sou e estou brega. Não entenderam ? Explico melhor: escuto Nubia Lafayette cantando aquela coisa do “se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo” e “devolvi a aliança e a medalha de ouro”!

Sou brega e continuo, como sempre aconteceu, mesmo em momentos que brega eu não me sentia. Continuo achando arretado de bom, com a sua voz afinadíssima de soprano, a Núbia cantando essas coisas. Ela me convida a tratar melhor o “meu cachorro”, e lembra que “vida” mesmo só temos uma. Reencarnação? Nem depois de morto!

Hoje mesmo, enquanto ouvia a voz dessa norte rio grandense de Assu, lembrei que o meu bom parceiro Gil de Rosa, convidou este MP para juntos compormos – veja só – uma música brega. Difícil, respondi-lhe, é mais fácil algo na linha de um chico Buarque ou Caetano veloso. Brega, obtemperei, ninguém é capaz de fazer melhor do que fazia o Reginaldo Rossi, um rei de verdade nesse campo bregueiro.

Mas, vai Núbia, lembra a minha doce e risonha e sincera irmã que hoje não mora mais por aqui, mas, se por aqui estivesse, estaria contigo cantando numa afinação somente dela. Devolveste mesmo o quê? Nem precisa Núbia, ficas por aí com o cordão e a medalha de ouro por tudo que deixaste como presente para este MP.

E haja cachorro solto!

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1 Comentário

  • Reply Macedo 29 de agosto de 2023 at 21:57

    Basto, o autor do texto esqueceu de citar o nome de ADELINO MOREIRA, o maior compositor de NÚBIA LAFAYETTE, com dez composições de absolutos sucessos. Assisti todas as apresentações dessa excelente cantora desde o Teatro Santa Rosa, quando esteve pela primeira vez em João Pessoa até a última vez, onde se apresentou no clube dos agentes fiscais na Praia da Penha. Essa observação não exime o autor de ser um grande escritor, meu conterrâneo do Bairro de Jaguaribe, embora, ainda não o conheça, pessoalmente.

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