O ingrato

Eu aceitaria como normal uma declaração de Valber Virgulino, ou do Cabo Gilberto, ou de Tovar Correia Lima ou então de Ranieri Paulino, contra a aprovação das contas de Ricardo Coutinho. Mas de Hervásio Bezerra não aceito. Não aceito porque Hervásio, se fosse um homem grato, estaria na linha de frente combatendo os desafetos do ex-governador, que fez dele deputado estadual, sonho que tentou por incontáveis vezes e nunca foi concretizado.

Hervásio passou os oito anos de mandato de Ricardo como titular na Assembléia. Sempre que terminava a licença de um titular, Ricardo achava um jeito de convocar outro para permitir a presença do eterno suplente em plenário.

E fez mais: manteve o suplente na titularidade ostentando o título de líder do governo.

E só não o fez presidente da Assembléia no final do Governo porque os deputados, talvez conhecendo o colega, preferiram encompridar o mandato de Adriano Galdino.

Lembro mais: Quando Douglas Lucena rompeu com Hervásio e lhe fechou as portas de Bananeiras, Ricardo Coutinho procurou o prefeito de Princesa, Ricardo Pereira, para lhe pedir que apoiasse Hervásio. Seria, como o próprio Ricardo Coutinho me disse, uma forma de compensar a perda sofrida por Hervásio naquela importante cidade do brejo.

Um irmão, um pai, um amigo sincero, foi isso o que Ricardo foi para Hervásio, que lhe retribuiu com um coice.

E achando pouco, fica espezinhando, dando entrevistas para destilar veneno e espalhar discórdia.

Um cara sem sentimentos, um político que se relaciona com todos e não ama a ninguém.

Que João Azevedo se previna.

Está se aproximando o fim do seu mandato e, caso surja alguma chance de vitória para Veneziano…