opinião

O SILÉNCIO

4 de fevereiro de 2024

 

Por GILBERTO CARNEIRO

EXISTE um adágio popular que diz: -“quem cala, consente”. Acha mesmo que o silêncio é um consentimento? Nas relações jurídicas não se aproveita o dito popular no Direito das Obrigações, tampouco no Direito Processual Penal que traz regra clara assegurando que, “o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (…)”. Mas, e na vida cotidiana, nas relações sociais, “quem cala, consente?” Particularmente, não acho.

É preferível o silêncio do distanciamento à hipocrisia da convivência forçada. Às vezes, o silêncio é mais genuíno do que o convívio à fórceps e hipócrita. Respeitar o próprio espaço emocional é importante. Ao escolher o silêncio e o distanciamento, é possível preservar a autenticidade e evitar situações desconfortáveis. Cada pessoa tem seus limites e necessidades de privacidade. É fundamental cuidar da sua saúde emocional e garantir relações que se baseiem na sinceridade.

Essa percepção é adquirida a partir dos ensinamentos sobre o silêncio nos textos do Diácono Glen Borba Carreira que nos orienta buscar o autoconhecimento e o respeito pelos próprios limites, essenciais para construir conexões melhores. Ao escolher o silêncio e o distanciamento, você pode buscar um equilíbrio entre preservar sua paz interior e comunicar suas necessidades.

A clareza nas fronteiras emocionais pode fortalecer relacionamentos ao longo do tempo, promovendo interações mais autênticas. A introspecção proporcionada pelo silêncio oferece uma oportunidade de reflexão profunda, permitindo o crescimento pessoal. Ao se afastar de situações e pessoas hipócritas, você reserva energia para conexões mais alinhadas com seus valores. Essa busca pela autenticidade contribui para um senso mais profundo de bem-estar e satisfação. Ao investir na qualidade das relações e valorizar a transparência, você promove um ambiente emocionalmente saudável. O silêncio, quando escolhido de forma consciente, pode ser um meio de preservar a integridade pessoal, estabelecendo limites.

Por outro lado, o silêncio em muitas ocasiões poderá ser uma questão estratégica, pois na esfera do poder quanto menos você diz, mais profundo e misterioso parece. Resguardado no seu silêncio é possível avaliar com clareza o momento oportuno e a ocasião certa para abrir a boca e botar para fora o que lhe incomoda.

Talvez seja esta a estratégia de Pe. Egídio.

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