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As primeiras do dia

12 de maio de 2023

1 – Vim a Bananeiras e encontrei a cidade enfeitada de bandeirinhas. É disso que gosto em Bananeiras, o aspecto simplório das festas do interior. Sempre foi assim, desde os tempos de Marta Ramalho, passando pelos tempos de Douglas Lucena e agora nos tempos de Matheus Bezerra. O que muda é o local da festa que está pra começar. Antes ela acontecia numa rua comprida no centro da cidade, agora mudou para o Alto do Carmelo, perto do bosque dos Eucaliptos, na ida pra Chã do Lindolfo. Estão montando uma estrutura que deixa o Parque do Povo na rabeira. Vou fotografar e mostrar aqui.

 

2 – Eu gosto de um São João mais simples, tipo aquele que se fazia em Princesa no tempo de Parajara Duarte. Um São João de barracas, de pavilhão, de sanfona e de muito forró. Um São João de quadrilha junina, de fogueira e de balão. Não participo de São João com cantor sertanejo ou cantor de axé. Isso não é São João. O danado é que o São João do meu gosto se acabou, não existe mais, nem aqui nem em alhures.

 

3 – A coisa começou a mudar depois que inventaram esse São João bancado com verba pública. As Prefeituras, que vivem chorando na pindaíba quando o assunto é trabalhar pela comunidade, de repente arranjam dinheiro e pagam verdadeiras fortunas para artistas rebolarem em cima de um palco, enquanto um monte de bestas se posta de pé no meio do nada escutando os gritos e achando bom.

 

4 – O bom era quando a sanfona chorava e o dançador cochilava no cangote da dama, enquanto dançava o miudinho do forró até a poeira levantar. Depois ia tirar o suor na barraca mais próxima bebendo uma cerveja gelada no pé do pote ou no tonel cheio de gelo e de pó de serra.

 

5 – E não tinha esse negócio de dinheiro de Prefeitura, cada um pagava a sua entrada e com esse dinheiro se pagava o sanfoneiro e ainda sobrava uns trocados para cobrir a despesa com a ornamentação.

 

6 – E nas fogueiras os adultos se tornavam compadres uns dos outros, enquanto os meninos soltavam mosquitos que, endoidecidos, saiam furando as saias das mulheres e procurando abrigo nos lugares mais inóspitos dos corpos femininos.

 

7 – Sem contar os balões singrando os ares, enfeitando os céus e sendo derrubados por fogos de lágrimas que os perseguiam até alcançar as estrelas curiosas que a tudo assistiam lá do firmamento.

 

8 – Mas, como eu disse, tudo passou, tudo morreu, tudo virou cinzas. Restaram os shows pagos por prefeitos que, além de prefeitos viraram mágicos ao descobrirem dinheiro onde, diziam, antes só existiam dívidas.

 

9 – Mas deixemos para lá, vamos rir que é muito mais mió. Começando por estas do inesquecível Ernani Sátyro.

O governador Ernani Sátyro convocou seus secretários para uma reunião em um dia de sábado, entre eles o chefe da Casa Civil, Evaldo Gonçalves, o seu líder de governo na Assembleia Legislativa deputado Edme Tavares, o Major Geraldo chefe da Casa Militar, e mais uns três outros assessores, com a determinação de dizer, se alguém ligasse, que ele não estava. Nisso toca o telefone, era o ex-governador João Agripino querendo falar com Dr. Ernani. De repente bate a porta do gabinete do governador o ajudante de ordem, que entra e diz:

– Dr. Ernani, o Dr. João Agripino está no telefone querendo falar com Vossa Excelência.

Puto da vida diz o governador: “Amigo velho, eu não disse que se alguém ligasse era pra dizer que eu não estava!” Com muito medo responde o auxiliar: “Desculpe, governador, é porque eu sou evangélico e não posso mentir”.

E Ernani, voltando-se para o chefe da Casa Civil: – Doutor Evaldo, amigo velho, exonere agora mesmo esse rapaz da função e coloque em seu lugar um ateu.”

 

10 – Doutor Ernani precisava de algumas fotografias em que deveria aparecer mostrando um mapa da Paraíba. O fotógrafo oficial tentou tirar a foto, mas o flash pifou e o jeito foi ele adiar o serviço para o dia seguinte, garantindo:

– Vou conseguir um flash novo e outra máquina fotográfica.

Ernani recomendou:

– Não esqueça de providenciar outro fotógrafo também, amigo velho!

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Guilherme Nunes, Geordie Filho, Fred Menezes, Nanado Alves, Chola Morato, Sérgio Fonseca, Eduardo Mayer, Chico Pinto, Zé Alan Abrantes, Fernando Milanez Filho, Fernando Milanez Neto, Mario Gomes Filho, Herbert Fitipaldi, Diego Lima, Gutemberg Cardoso, Ademilson Maia, Ademilson José, Edmilson Lucena, Miguel Lucena Filho, Ovídio Mendonça, Maguila de Bananeiras, Aldo Lopes, Tarcisio Pereira, Gilberto Carneiro, Marco Pires, Cicero Lima, Francisco Ferreira, Venancio Medeiros, Gibram Motta e Richomer Barros.

 

12 – Um prefeito foi falar com o governador Ernani Sátyro e, antes de entrar no gabinete, foi advertido de que era preciso ir direto ao assunto, porque o governador era muito objetivo.

O prefeito entrou e foi logo dizendo:

– Vou tratar de dois assuntos. Eu sei que o senhor é objetivo e prático…

Doutor Ernani o interrompeu:

– Muito bem, amigo velho, diga então qual o segundo assunto.

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5 Comentários

  • Reply Sérvulo Fernandes 12 de maio de 2023 at 08:14

    Oxe! Ele publicou foi o “Porque hoje é sábado,” sendo que ainda é sexta.

  • Reply Arnaldo G Oliveira 12 de maio de 2023 at 08:26

    Oxente, e hoje não é Sexta?

    • Reply Sebastião 12 de maio de 2023 at 11:03

      Trevaliei

  • Reply gutto 12 de maio de 2023 at 09:28

    Tião povo de Campina grande te admiro tanto, mais não sem porque que senhor fica colocando nossa cidade no chão, fico feliz que bananeira está realizando uma grande festa de São João, isso trás desenvolvimento para nosso estado. Mais Campina Grande é Campina Grande, não é com seu comentário que vai tirar brilho da nossa cidade. E outra, não tem pre ninguém, maior festa de São João é Campina Grande Tião. Nós fica triste com sua raiva com nossa cidade, povo de Campina grande não tem culpa com sua ideologia política com os cunha limas. Eu repito que povo de Campina grande lhe admiro muito, inclusivo tem vários livros seu. Agora deixa de diminuir nossa Cidade. Nós fica grato. E outra Bananeiras e Campina Grande são dois cidades da Paraíba, nós paraibanos tem que ser orgulhar que essas dois cidades estão fazendo um belíssimo São João. Tomara que Patos, Santa Luzia brilham também esse ano.

    • Reply Sebastião 12 de maio de 2023 at 11:02

      Eu nem falei de Campina, nem tenho raiva da cidade. Do grupo Cunha Lima não guardo rancores, pelo contrário, admiro Ronaldo, o pai. E Campina faz sim o maior São João do mundo. Desconhecer isso é não primar pela verdade.Agora o melhor São João continua sendo o de São José de Princesa.

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