1 – Na fila do Supermercado a madame passa as compras. E no meio delas, dois panetones ricamente adornados. Um senhor ao meu lado grita para a moça do caixa: – Quanto custa cada um desses aí? A moça responde “120”. E o senhor: “Se eu comesse um bicho desses passava uma semana sem cagar pra aproveitar até o bagaço”.
2 – As festas de confraternização natalinas estão acontecendo uma atrás da outra. A gente só vê as fotos nas redes sociais. Festas lindas, elegantes, mesas fartas, mulheres em trajes de gala(epa!), homens idem. Vão tudo pro céu quando morrerem. E sem feder.
3 – Quando chega esse período de festas, lembro do meu pai. Ou melhor, do meu pai e da minha mãe. O velho saía de casa, ia até o centro da cidade comprar o bolo na banca de Cecília Mandaú. Dali retornava e em casa já o esperavam um bule de café quentinho e uma dúzia de sambudos ao redor da mesa, ávidos pelo bolo e pelo café que Dona Emília fazia.
4 – Dali seguiam todos para a Rua Grande ver os balões subindo aos céus, andar na “oinda” de Manezim Cristóvam, beber vinho de jurubeba no barraco de Zé Brejeiro, dançar um miudinho no bolo doce de Mané Tocador e escutar os sermões coléricos de Frei Anastácio, nos quais prometia o fogo do inferno aos pecadores.
5 – Os mais taludos se escondiam entre as pedras da Lagoa da Perdição e lá faziam caridade às mocinhas dos sítios e serras que chegavam à cidade para ver os festejos e amar.
6 – Foi numa noite de festas que um primo do meu amigo Johnsim saiu do sítio, no Lastro, disposto a tomar um banho de civilização. Até namorada arranjou.Os dois pombinhos olhavam os fogos de lágrimas enfeitando o céu e ele, curioso:
– Como é o nome desses bichos.
– Ignoro -, respondeu ela, falante.
De volta ao sítio e perguntado se gostou, ele, também falante, narrou os acontecidos:
– Gostei de tudo, mas gostei mesmo foi dos “ignoros” que alumiavam o céu.
7 – Aquele senhor que se encantou com o panetone da madame na fila do supermercado fez uma previsão sombria: “Em janeiro tudo sobe, menos a minha rola”. Bem, dessa última parte todo mundo que olhasse a cara dele já sabia.
8 – Mofi, que não desfilou de fio dental, disse a uma emissora de TV de Cajazeiras que não vai casar porque tem 60 namoradas. Também tem aquele lance dos insucessos amorosos.
9 – Olhava belas moças posando para fotos nos intervalos dos comes e bebes. Elas estavam carrancudas, mas na hora da pose abriam os dentes e fingiam um sorriso. Pois agora, só pra contrariar, vou tirar retrato chorando.
10 – Ainda não recebi o livro de Vavá. Quem leu, gostou. Vavá não vai botar em livraria. A tiragem já está quase esgotando só no boca/boca.
11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Edmilson Soares, Chico Ferreira, Edson Vidigal Filho, Alberto Pessoa, Messias Pedroza, Messias Fernandes, Gilberto Carneiro, Márcia lucena, Chola Morato, Maguila de Bananeiras, Douglas Lucena, Marçalzinho Lima, Zezinho do Botafogo, Ricardo Coutinho, Maurílio Batista, Quinto de Santa Rita, Bigu de Jacumã, Renato do Funcionários II, João do Bar e João Chaveiro.
12 – O jornalista Miguel Lucena chegou a João Pessoa, proveniente de Salvador, para passar férias. Durante uma cervejada na casa da mãe, no Conjunto Ernesto Geisel, se encontrou com Seu Manoel, agricultor de Estaca Zero que viera à Capital retirar um furúnculo. Ao ver Miguelzinho calçando uma sandália “Opanka”, aquela das fitinhas passando sobre os dedos e que é usada tanto por homem quanto por mulher, avisou:
– Seu menino, se você aparecer em Estaca Zero calçando esse troço o pessoal vai lhe cobrir de psiu”.
1 Comentário
Muito obrigado meu amigo escritor, jornalista Tião Lucena. Um feliz Natal e um próspero Ano Novo. Que você continue levantando. Levantando cedo dá as primeiras informações de nosso dia com esse jeito que só você sabe fazer. Que o nosso Ser Superior lhe cubra de bênçãos, saúde e PAZ!