O farmacêutico Zé de Nenem foi acordado às pressas em plena madrugada para atender ao emissário de Brasilia que chegava em urgente missão. O homem informou que vinha buscar todo o seu estoque de esparadrapo, os últimos ainda restantes nas farmácias, para colar nas bocas, nos olhos e até nos furicos dos compatriotas.
Zé, claro, botou pé no bucho. Às vésperas do tarifaço de Donald Trump, anunciou que cobraria um ágio de 50 por cento sobre o produto, o emissário disse que pagaria, tudo estava praticamente resolvido quando se descobriu a tragédia: os esparadrapos foram roubados por espiões norte-americanos e nem adiantava chamar a polícia porque no destacamento não havia ninguém que falasse inglês.
A tristeza foi geral, o visitante estava desconsolado, não sabia o que dizer aos chefes no seu retorno ao front.
Zé, na sua ânsia de consolar o desconsolado, ainda tentou:
– Serve uma caixa de supositório?
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