Quem é você, João? “Qual a sua ruína? Qual a sua missão?”

Por: Aldo Ribeiro – Economista e progressista. Um sonhador.

Me lembro bem. Parece que foi ontem. Aqui mesmo neste espaço, ano passado, no início de dezembro, escrevi sobre o último mês do governo Ricardo Coutinho. Tentei traçar algum paralelo, entre Ricardo, Gessinger e Evair. Viagem minha, mas que adoro fazer. Ainda agradeci ao ex-governador por ter quebrado paradigmas e “por transformar essa nave chamada Paraíba e tê-la deixada pronta pra voar. Agora é com João.”

Mas quem é João, afinal de contas? Como virar as costas tão rapidamente pra quem lhe colocou no Palácio da Redenção? Que em nome de um projeto, abriu mão de uma eleição certa ao Senado Federal, pra que o “companheiro” João fosse eleito? Que mal há em Ricardo ser presidente estadual do PSB? E se houve algum tipo de falha na comunicação ou desentendimento nesse processo, me responda com sinceridade, isso é motivo pra um rompimento dessa magnitude? É bom lembrar que na comissão provisória, João além do governo do estado que ganhou de presente, seria o vice-presidente da sigla no estado.

Reitero, que é de uma estupidez sem precedentes esse rompimento. E mesmo de longe, aqui na base da pirâmide, já dava pra perceber que algo havia mudado no “companheiro” João. Lá atrás, já se comentava que Nonato Bandeira, no qual votei na última eleição, era o grande incentivador do distanciamento entre Ricardo e João. Aliás, como a gente se engana com políticos, né? Traição em qualquer circunstância é algo abominável. Traição de ideais e de história é pior ainda.

Percebam como os sinais foram dados. Ainda em 2018, antes mesmo da eleição da ALPB, da forma como foi conduzida e da forma como foi o desfecho, já sinalizava-se que a coisa não andava tão homogênea, como semanas antes.

Depois, apareceu um tal de G11, que pouco a pouco foi tomando conta das pautas da Assembleia, e estranhamente João aceitou de forma passiva, a ponto de chamá-los pra uma reunião na Granja Santana, logo após Ricardo criticar a existência do tal grupo. Como assim? Foi uma afronta ao seu companheiro? Pra delimitar fronteiras? De repente, toda bagagem política de Ricardo pra lhe dar um norte na condução desse novo fato, já não lhe servia mais, “companheiro” João? Estranho.

É bom lembrar que o “companheiro” João foi chamado à Brasília pra conversar com o presidente Carlos Siqueira e com o próprio Ricardo, pra tentar aparar as arestas e tocar o barco sem ruídos. João não foi. É bom lembrar que no ato liderado Ricardo, pelo restabelecimento do das águas do São Francisco, João também não foi. Falou que se tratava de um ato meramente político. A história depois conta que o tal ato político foi tão certo quanto necessário, né “companheiro” João?

E a crescente aproximação com o governo do Jair, e seus “depuGADOS”?

Outro absurdo, talvez o mais escroto de todo esse processo de fritura das relações entre o atual e o ex-governador. Blogs e portais do mais baixo nível, que durante todo o governo de Ricardo, o atacaram, o difamaram e tentaram desestabilizar o governo do qual o “companheiro” João fez parte, de repente são só elogios ao ponto de um deles aparecer com o logotipo do Governo do Estado.

A troco de que esses caras mudaram de tom? Me lembro que um desses blogs chegou a insinuar, à época, que o ex-governador estaria sofrendo de uma doença terminal. Isso não é jornalismo, isso é esgoto. O blog que tem o logotipo de Governo do Estado, foi quem publicou tal insinuação.

Enfim, ainda busco respostas para as perguntas feitas no título desse texto. Sinceramente não sei quem é João.

E pra não dizer que não falei das flores, será que Rosas não estava acomodado mesmo?