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A triste sina do pássaro tucano e a boa vida do tucano de gravata

14 de agosto de 2018

O tucano, pássaro majestoso, não merecia a triste sina de se transformar em sinônimo de corrupto. Mas é isso que está acontecendo no Brasil. Infelizmente. São tantos tucanos na fila para trocar as vestes coloridas pelas listradas da cadeia, que a gente fica com pena do pássaro. O pobre vai terminar sendo contaminado pelos que lhe tomaram, de assalto, o até então imaculado nome.

Não que seja exclusividade do tucanato o termo. Há corruptos para todos os gostos e em quase todas as casas deste país. A única diferença reside no tratamento diferenciado que os bicudos recebem. Enquanto as outras moradas ficam desfalcadas dos seus membros, levados na marra a morar na cadeia, a mansão dos tucanos permanece impenetrável, intocável e impunível.

Alguns pássaros pequenos são condenados para servirem de tapias. São os filhotes mais feios, menos plumosos e desencantados.

Como os daqui da Paraíba.

As garras punitivas da justiça se apressam a cortar as asas dos pequenos, dos prefeitos de cidades menores, sem dispensar a mesma “cordialidade” aos tucanos glutões e mais coloridos.

Já foram depenados os tucanos de Bayeux, de Cabedelo e agora o de Patos. Tem alguns tucaninhos melados de bosta lá do sertão do coronel esperando a hora de trocar as penas pelos casacos listrados do Serrotão. Mas fica nisso, só nisso, não sai disso.

Cadê que bolem nos tucanos de Minas? Cadê que bolem nos tucanos de São Paulo? Até mesmo nos tucanos frondosos da Paraíba?

O Brasil não pune tucano.

Porque no Brasil só é criminoso e vai preso quem é sabiá, periquito, cancão ou sibito.

Alguns vão em cana sem culpa formada ou sem prova que os incrimine.

Mas se virar tucano, é solto na hora.

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