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Bebiano abre o jogo: Moro se encontrou com Guedes antes do segundo turno e disse que aceitava trocar o cargo de juiz pelo de ministro de Bolsonaro

18 de novembro de 2019

Em novo trecho da entrevista concedida ao jornalista Fábio Pannunzio, o ex-ministro Gustavo Bebianno revela que Sergio Moro tratou de sua ida para o governo Bolsonaro antes do resultado das eleições de 2018 – o que reforça sua suspeição. Durante o processo eleitoral, Moro vazou trechos da delação de Antonio Palocci para prejudicar a candidatura de Fernando Haddad. Até agora, o ex-juiz sustenta que só tratou da ida para o governo de Jair Bolsonaro – eleito apenas porque Lula foi impedido de disputar – após o resultado final

O ex-ministro da Secretaria-Geral da República Gustavo Bebianno afirmou que o ex-juiz Sérgio Moro teve pelo menos cinco encontros com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, antes do resultado da eleição presidencial. A entrevista foi concedida ao jornalista Fabio Pannunzio.

Bebianno contou que aliados tiveram um encontro na casa de Bolsonaro no dia do segundo turno. “Paulo Guedes me chama e diz ‘quero conversar com um você um negócio importante’. Ele me contou já tinha tido cinco ou seis conversas com Sérgio Moro e que Moro estaria disposto a abandonar a magistratura e aceitar o desafio como ministro da Justiça”, disse o ex-ministro.

Depois de aceitar o convite, Moro foi oficalizado como titular da Justiça e Segurança Pública, que demonstrou claramente a sua intenção de interferir na eleição ao liberar a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci há uma semana do primeiro turno do pleito presidencial.

O ex-juiz vê seu desgaste cada vez maior desde junho, quando começaram a ser divulgadas pelo Intercept Brasil as irregularidades da Operação Lava Jato. Moro interferir no trabalho de procuradores, o que fere a equidistância entre quem julga e quem acusa.

De acordo com uma das reportagens do Interpet, em parceira com a Veja, o ex-juiz pediu o acréscimo de informações na elaboração de uma denúncia contra Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás para a construção de plataformas de petróleo.

Moro também sugeria a inversão da ordem das fases da Lava Jato e chegou a questionar a capacidade de uma procuradora em interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas para não disputar a eleição. Inclusive, uma das reportagens apontou que o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra o ex-presidente no processo do triplex em Guarujá (SP).

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1 Comentário

  • Reply Zé Bedeu 18 de novembro de 2019 at 21:06

    Negócio desmantelado!

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