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Domingueiras do Tião

5 de março de 2023

LAVAGEM DE HONRA

Assis  revirou o baú do quarto antigo e dele tirou a 45 que ali dormia enrolada num pano velho. Fazia tempo que não a avistava, desde quando foi guardada, ainda com o cano quente, num distante tempo de mocidade. Agora precisava dela para lavar a sua honra, honra de homem traído, enganado, trocado por outro pela mulher que lhe jurara amor e fidelidade.

Escondeu-a na cintura, botou o chapéu de abas curtas, ajeitou os óculos e partiu com a incerteza da volta guardada na alma. Andava agora pelas ruas da Torre, descendo para a Lagoa, a via-se nas ruas do passado, 40 anos atrás, menino imberbe, portando a mesma 45, procurando a mesma lavagem de honra de agora. Fazia tempo, o tempo voltava, as lembranças batiam nas batidas do coração. O clube, o povo dançando, M sentado na mesa da frente, ele entrando, puxando a arma e disparando cinco vezes no peito de M, M caindo, ele fugindo pelas serras de Carnaíba, a cidade ficando perto apenas nas suas lembranças, tudo isso voltava com a nitidez do presente quando se preparava para repetir tudo em nome de uma honra que jamais o abandonara.

Neto de Ronco Grosso tinha que agir assim mesmo, dizia-se. O velho Ronco, cabra do Coronel, jamais levou desaforo para casa. Assis não trairia seu velho avô, principalmente nesse momento de ocaso da vida,quando os cabelos brancos substituíam os antigos cachos da mocidade.

A Lagoa  lhe pareceu mais bela do que antes. Nunca tinha reparado nas suas águas mansas, na grama verde, nos bancos de pedra ao seu redor, nos casais em namoros, amantes inspirados pela brisa que dali soprava. A cidade estava linda, e ele ali vivia há anos sem notar tanta beleza.

Desceu pela Rua da Areia em direção ao  Banco, seu destino. Desta vez não escutou a rapariga a lhe convidar para desmerréis de amor. Tinha uma missão a cumprir e não podia se dar ao desfrute de desvios no percurso.

Entrou resoluto, dirigiu-se à mesa do gerente e, sem dar bom dia, intimou:

– Quero uma conversa em particular com o senhor.

O homem ficou branco, tremendo, sabendo que algo de grave estava acontecendo. Levantou-se, chamou o interlocutor para uma sala ao lado e, suando de bica, preparou-se para o pior. Assis, sem perder a calma, olhou-o nos olhos e lançou a pergunta:

– O Senhor é o marido de Dona Francisca?

O pobre homem apenas balançou com a cabeça. Diante da resposta, Assis completou:

– Eu sou amante dela e venho lhe comunicar que ela está me traindo com o Doutor Gegê. É uma vagabunda que lhe trai e me trai. O senhor viu quando ela chegou em casa ontem, com os braços roxos?

– Vi. Ela disse que tinha caído.

– Caiu nada! Foi uma surra que lhe dei para ela aprender a respeitar homem. Venho lhe contar porque o senhor, como marido, é quem deve tomar providência. Agora, se o senhor está achando ruim, diga, porque a gente resolve agora.

O homem, aliviado e agradecido, disse  que não achou ruim. E ainda prometeu:

– Vou largar aquela puta, pode acreditar.

E Assis:

– Largue, mas largue logo, ouviu!

 

NIVER DE MIGUEZIM

Ele é o mais novo, papai dizia que era o ponta de rama, aquele que chegou por derradeiro. Por isso foi o mais paparicado, bajulado, chaleirado e mimado.

E foi o mais atrevido da família. Assim que se fez rapaz, ganhou o mundo, a vida. Foi buscar seus sonhos longe de casa e venceu. E sem dever favor a políticos.

Fez-se jornalista, advogado e delegado de uma das polícias mais disputadas do país, a do Distrito Federal.

Por isso os parabéns com força para esse menino a quem amo e quero bem.

Miguezim Lucena, que Deus continue a iluminar seus passos.

 

NIVERS E NIVERS

A semana foi pródiga em aniversários lá na Procuradoria Geral do Estado.

Cantamos parabéns para

Ricardo Freire de Lucena

Carlos Artur

Julia Uchoa

E Eduardo Dias.

 

NIVER DE MARIA CLARA

Maria Clara, a neta de Edmilson, a filha de Israel e, por conseguinte, minha sobrinha, foi a aniversariante da semana. Linda, maravilhosa e cheia de charme, chegou aos 9 aninhos cercada pelo carinho da  família.

 

NIVER DE MARIA LUIZA

E também foi festivamente comemorado o aniversário de 4 anos de Maria Alice, a neta de Nininha, a filha de Raquel e Thiago e, lógico, minha sobrinha querida.

 

CHICO PINTO INTELECTUAL

E por derradeiro, esta de Chico Pinto, contada pelo próprio:

“Como de costume,  aos sábados pela manhã,  na Livraria do Luiz, sempre na companhia de amigos queridos. Hoje(ontem) o encontro contou com a presença dos professores Moisés e Wilson Aragão; do sindicalista Manuel, Sebastião do Banco do Brasil e o véio aqui.

Conversa proveitosa e agradável regada a um cafezinho forte e cheiroso.

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