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NY Times compara Bolsonaro ao que há de pior!

11 de janeiro de 2019

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Editoriak do New York Times:

Mal Jair Bolsonaro tomou posse como Presidente do Brasil no dia de Ano Novo e já soltou uma profusão de palavras de ordem da Extrema-Direita, minando as proteções ao meio ambiente, à demarcação de terras indígenas e à comunidade LGBT, colocando as organizações não-governamentais sob monitoramento do Governo e removendo os contratados do Governo que não compartilham de sua ideologia. Um emocionado Donald Trump tuitou com entusiasmo: “Parabéns ao presidente @JairBolsonaro, que acaba de fazer um grande discurso de posse – os EUA estão com você!”

O Sr. Bolsonaro retribuiu o amor, tuitando de volta: “Juntos, sob a proteção de Deus, vamos trazer prosperidade e progresso para o nosso povo!”

Essas ações foram uma performance triste, mas não inesperada, do novo líder do Brasil, um ex-oficial militar cujos 27 anos no Congresso brasileiro foram notáveis apenas por insultos grosseiros a mulheres, minorias sexuais e negros. “Bandido bom é bandido morto”, declarou ele; ele prometeu enviar “bandidos vermelhos” para a prisão ou o exílio; e dedicou seu voto pelo impeachment da ex-Presidenta Dilma Rousseff ao oficial militar responsável por torturá-la na antiga ditadura militar.

Nada disso parecia importar para os eleitores que vivem em meio a um colapso econômico, uma onda de criminalidade e um escândalo de corrupção que minou qualquer fé no establishment político. A promessa de mudança de Bolsonaro, qualquer mudança, foi suficiente para levá-lo ao poder com 55% dos votos em outubro. A linguagem de seu discurso inaugural – “Eu venho diante da nação hoje, um dia em que as pessoas se livraram do socialismo, da inversão de valores, do estatismo e do politicamente correto” – foi como música para os ouvidos de sua base reacionária, dos investidores e do Sr. Trump, que compartilha de seus valores e de sua arrogância. O mercado de ações subiu para níveis recordes e o Real se fortaleceu em relação ao Dólar.

Mobilizar a raiva, o ódio e o medo virou a estratégia familiar dos pretensos autoritários, e Bolsonaro deu contornos liberais a pessoas como Rodrigo Duterte, das Filipinas, Viktor Orban, da Hungria, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia. Ele também foi apelidado de “Trump dos Trópicos” por seus comentários ultrajantes e base política de evangélicos, elites endinheiradas, políticos covardes e falcões militares.

Mas atacar as minorias e fazer promessas grandiosas só serve para compensar a falta de competência governamental ou de um programa coerente. Na primeira semana da presidência de Bolsonaro, os mesmos investidores e oficiais militares que celebravam um Presidente reacionário também tiveram motivos para pisar no freio. Enquanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, economista neoliberal formado na Universidade de Chicago, que ensinava Economia no Chile durante a era Pinochet, prometeu reformar o pesado sistema previdenciário brasileiro, Bolsonaro fez comentários improvisados em que sugeria uma idade mínima de aposentadoria bem abaixo do que sua equipe estava ponderando.

Ele também alarmou vários eleitores quando, ao contrário dos compromissos de campanha, falou de aumento de impostos, quando questionou uma proposta de parceria entre a Embraer e a Boeing e quando sugeriu que permitiria uma base militar americana em solo brasileiro. Seu chefe de gabinete disse que o presidente estava “errado” sobre o aumento de impostos, as ações da Embraer despencaram e os generais se mostraram descontentes.

O Sr. Bolsonaro está apenas começando. À medida em que aumenta o seu ímpeto, com a memória da ditadura militar ainda forte, muito dependerá da capacidade das instituições brasileiras para resistir ao seu ataque autocrático. Muito também dependerá da capacidade de Bolsonaro de realizar reformas econômicas extremamente necessárias. Esse teste começa em fevereiro, quando o novo Congresso se reúne – o Presidente comanda apenas uma coalizão instável de vários partidos, e ele vai encontrar forte oposição a suas reformas. Um ano fatídico começou para o Brasil

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7 Comentários

  • Reply josenildo 11 de janeiro de 2019 at 06:02

    A reação do mercado só me lembra a chegada de um pato com os bolsos cheios na banca de jogo, todos os jogadores sabem que tem muito a ganhar, mas o pato e sua família ficaram sem nada, assim será com o Brasil é seu povo.

  • Reply Delfos 11 de janeiro de 2019 at 08:40

    Vamos aguardar as fotos do JB em Davos, pois com certeza teremos imagens tão “significativas” quanto
    àquelas do Temer: zanzando sozinho pelos salões e colocado no final da fila na foto oficial. Sem falar
    do espetáculo à parte que será cada declaração do sr. chanceler(com letra minúscula mesmo).
    Já imaginaram o chanceler dizendo aos representantes da UE que o aquecimento global é invenção
    de marxistas? E o JB fazendo aquele gesto que é a sua “marca registrada”?
    Para ficar mais interessante a participação do governo (olhem que não disse do Brasil|), poderiam
    levar como convidado especial o “guru” Olavo Carvalho. O Show seria completo!
    Mas, ao que parece, o JB está apostando na presença do Moro como “carta de apresentação” do
    governo. Será que ele não tem conhecimento da repercussão negativa que teve, no exterior, a
    nomeação de Moro como ministro? Aliás, nem sei o quê um ministro da justiça vai fazer em Davos.
    Será que haverá exibição daquele filme da Lava Jato?

  • Reply Lumière 11 de janeiro de 2019 at 09:22

    DO GGN: The Guardian: “Brasil se tornou a vanguarda apocalíptica”
    qui, 10/01/2019 – 12:31
    Atualizado em 10/01/2019 – 12:41

    Jornal GGN – O jornal The Guardian publicou um texto afirmando que Jair Bolsonaro “não é apenas a versão sul-americana da tendência atual de países se transformarem em autoritários”. “O Brasil se tornou a vanguarda apocalíptica que sinaliza quão radical é esse momento – com o poder de agravar a crise climática em alta velocidade e deteriorar o planeta inteiro.”

    Assinado por Eliane Brum, o texto avalia que as ideias propagadas pelo governo Bolsonaro sobre o meio ambiente, aquecimento global e a proteção de reservas indígenas configuram uma ameaça que deveria acender um alerta em nível internacional.

    “Sem a maior floresta tropical do mundo, não há como controlar o aquecimento global. Se o capitalismo messiânico de Bolsonaro não for interrompido, a vida neste planeta será muito pior para todos. Para um contingente de evangélicos neopentecostais, isso pode ser bem-vindo como um apocalipse que precede a salvação final dos ‘verdadeiros crentes’. Para a maioria da humanidade, não trará nada além de horror e sofrimento – perpetuado pela estupidez de uma espécie com delírios de grandeza.”

    Brum ressaltou que Bolsonaro promete uma “nova era – um retorno a um tempo livre de dúvidas e insegurança, com certeza sobre o que é um homem e o que é uma mulher e um sentido claro quem está encarregado da esfera pública e da família. Seu ultra-conservadorismo é às vezes brega, às vezes bíblico – mas nunca inocente.”

    Para a jornalista, “os ideólogos do governo fabricaram a ideia de que o ‘comunismo’ – um sistema nunca implementado no Brasil e hoje em grande parte irrelevante em todo o mundo – é uma ameaça iminente para os brasileiros. O suposto ‘enredo marxista internacional’ serve para justificar transformar a floresta em uma mercadoria. Nessa fantasia, os povos indígenas, que são a principal barreira à destruição da Amazônia, são retratados como uma “ameaça à soberania nacional.”

    LINK PARA O ARTIGO ORIGINAL; https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/jan/10/jair-bolsonaro-brazil-minorities-rainforest

  • Reply Lumière 11 de janeiro de 2019 at 09:56

    O QUE SERÁ QUE O BOLSONARO VAI FAZER DIANTE DA BANDEIRA VERMELHA DA SUIÇA?
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK………………………………………….

    SERÁ QUE ELE VAI PRESENTEIA OS SUÍÇOS COM UMA BANDEIRA À LA BOZO, COLOCANDO NO LUGAR DA
    CRUZ BRANCA UMA ARMA?

    E O MORO, SERÁ QUE VAI BUSCAR AS PROVAS QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO SUÍÇO TEM CONTRA OS TUCANOS?

  • Reply Osvaldo 11 de janeiro de 2019 at 11:09

    Quero saber como esses idiotas estão julgando um Presidente que tem apenas onze dias de governo. Nem tempo o cara teve para demonstrar nada. É tudo somente especulação e má vontade de um lote de imbecis vencidos nas urnas. Vão julgar o desgoverno PTista! Esse sim, que deixou o Brasil nessa situação de grave crise política e econômica. O resto é conversa fiada de otários e desocupados!!!!!!

    • Reply Sebastião 11 de janeiro de 2019 at 13:45

      Vcs são muito agressivos

  • Reply Eduardo Valois 11 de janeiro de 2019 at 11:31

    Duterte, Trump, Bolsonaro, Erdogan, Orbán… os melhores presidenciáveis que existe atualmente! Minoria não tem que ter direito a merda nenhuma!

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