opinião

O MUNDO DEPOIS DE NÓS

21 de janeiro de 2024

 

Por GILBERTO CARNEIRO

VOCÊ já pensou na possibilidade de mudar não de cidade, estado ou país, mas de planeta? Vez ou outra leio estudos sobre a possibilidade de vida em outros planetas, mas na minha vã ignorância penso sobre o assunto sob o ponto de vista do entretenimento de filmes do gênero. “Interestelar” é o meu preferido, uma ficção que se baseia na existência de um universo paralelo que possibilitaria a humanidade perpetuar sua espécie em outro planeta ou mesmo outra galáxia, depois da própria humanidade destruir os recursos naturais existentes na Terra.

Essa semana um fato curioso que passou um tanto despercebido foi a revelação que o JAPÃO se tornou o quinto país do mundo a conseguir pousar na Lua. Os únicos que tinham conseguido até então eram Estados Unidos, União Soviética, Índia e China.  A missão denominada Moon Sniper faz parte dos esforços do país asiático para encontrar água na Lua, segundo a agência espacial japonesa Jaxa. O feito aconteceu sexta feira, às 12:20, no horário de Brasília, quando a sonda não tripulada pousou em solo lunar.

Mas não são apenas as agências espaciais governamentais que investem recursos na corrida aeroespacial. Nos últimos anos, grandes grupos econômicos privados, tem feito investimentos trilionários no setor da corrida aerospacial, fazendo acender a luz amarela, projetando indícios da existência real de uma busca incessante por se descobrir planetas habitáveis em nossa galáxia, ou mesmo em outras.

Outro fato bastante incomum é a construção cada vez mais frequente de bunkers privados, fortalezas subterrâneas em aço e concreto tradicionalmente usadas em situação de guerra, alguns com infraestrutura e abastecimento suficiente para anos sem subir à superfície, como é o caso do bunker que está sendo construído no Havai pelo bilionário Mark Zuckerberg, dono do facebook, instagram e watshapp.

Por que? O que eles sabem que não sabemos? O que eles temem, o caos climático tornando o ar da Terra irrespirável? Ou uma insurreição popular contra a destruição que estão causando ao planeta?

A lógica é perversa. São eles, os bilionários, os maiores responsáveis pelos problemas climáticos do mundo, pois produzem, em média, 8 mil toneladas de dióxido de carbono, enquanto o cidadão médio de um país rico emite cerca de seis toneladas. Sabem que vão destruir o mundo, sabem que irão extirpar a humanidade da face da Terra, e mesmo cientes disso nada fazem para mudar esta realidade, nenhuma contribuição para auxiliar as nações do mundo a atingir a meta de segurança global de 1.5 grau Celsius. Uma nova análise dos voos em jatos particulares dos super-ricos também revelou que celebridades e bilionários emitem mais carbono em minutos do que pessoas comuns em um ano.

Construir bunker é coisa de megalomaníaco, muitos dirão. Também pensava assim, porém o caldeirão fervente que está se tornando a Terra me faz pensar que há algo por acontecer que a nossa vã filosofia desconhece. E os bunkers não são mais privilégios exclusivos dos bilionários, muitos milionários estão embarcando nesta onda. Aqui em João Pessoa tem-se conhecimento de três construções deste tipo em execução, uma delas bem próxima da minha casa; claro, numa proporção muito menor que o bunker do dono do facebook. E não demorará muito para a classe média alta embarcar nessa paranoia com as instituições bancárias criando linhas de créditos específicas para esse tipo de construção.

No mundo depois de nós só existirão eles. Por isso constroem bunkers, ao mesmo tempo em que sonham em colonizar Marte e até a Lua. Fazem isso explorando os menos favorecidos economicamente e com um único propósito: lhes darem uma banana assim que o “O Evento” acontecer.

Então é preciso começar a insurreição popular já, antes que seja tarde demais.

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