Hoje alguém me lembrou de personagens que brilharam e hoje não brilham mais. E eu fiquei preocupado com a falta de memória do povo paraibano. Alguns que brilahram hoje são lembrados por somenos, nada do que fizeram importa.
A minha preocupação é com o que virá em seguida. Se os que brilharam com méritos hoje são citados como números de estatístia, o que acontecerá com os que, sem o menor merecimento, se sentem reis, imortais e imbatíveis?
Os do passado pelo menos fizeram por merecer lembranças, saudades e citações. Os monarcas dos dias que correm são apenas páginas que logo ficarão amarelas e cairão no esquecimento.
Quantos imortais e imbatíveis conheci?
Vim pra cá no tempo de Ivan Bichara, ao qual a gente só tinha acesso em tempos de festas. Afastou-se do Governo e perdeu a eleição para o Senado. Foi embora e nunca mais se candidatou a nada.
Burity, que foi grande, morreu quase sozinho. Depois de morto lhe renderam homenagens, pura demagogia.
Ronaldo só não foi esquecido porque foi perpetuado através de Cássio. Zé Maranhão foi outro que manteve a chama acesa graças a persistência com que perseguiu seus mandatos. Outros os sucederam, subiram e desceram, experimentaram as dádivas do céu e o fogo do inferno, atestando, todos, a efemeridade da vida e a inexistência da eternidade.
Que isso não tire o sono dos que hoje se acreditam imortais. Aproveitem, desfrutem, se empanzinem. Terão, ao menos, motivos para sentir saudades daquilo que se foi.
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