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Porque hoje é sábado

24 de novembro de 2018

1 – Hoje nos reuniremos para homenagear Paulo Mariano.E nos reuniremos no lugar que ele mais gostava: a praça de alimentação da Feira da Torre. Ali, durante anos, ele pontificou ao lado de feirantes, ambulantes, intelectuais e amigos, transformando o ambiente num local de festa e alegria. Mexia com a mulher da lanchonete, com o homem do queijo, com o buchudo da cachaça papuda e com o pançudo que carregava seu balaio de feira e todos gostavam.

2 – Paulo morreu esta semana. A sua cadeira, que ficaria vazia, será preenchida pelo filho Iure, que mora no Norte e para o Norte irá, mas adiou a viagem para estar presente neste derradeiro momento de saudade.

3 – O “brekfride” encheu as ruas de João Pessoa de gente. Teve gente até umas horas. E eu me peguei a pensar: cadê a crise desse povo? Cadê o liseu? Tudo mentira. E a prova foram as filas de gente comprando celular, televisão, geladeira, maquina de lavar roupa, maquina de lavar louça, carro, moto, lambreta, pitisqueiro, pinico de loiça, aparador de mijo, cadeira do papai, papel higiênico, papel de embrulho, papel de presente, trancilim, argola de zurêia, relógio de pulso, óculos de sombra, roupa e panela de pressão.

4 – Miguezim meu irmão alegre que só cabrito na chuva. Lucas, seu rebento, acabou de lhe dar uma neta. Neta bonita, vistosa e que certamente será o xodó da família daqui por diante.

5 – O ilustre conterrâneo Francisco Sales Cordeiro, hoje radicado em São Paulo, anuncia sua chegada a Princesa para o começo de dezembro. Vai matar a saudade da Timbaúba e rever amigos dos tempos de antanho, hoje poucos, reduzidos, graças a morte traiçoeira que ronda os que envelhecem.

6 – Tô numa dúvida… Não sei se vá, não sei se fico, se fico aqui ou se fico lá, se fico lá quero estar aqui e se fico aqui, quero ficar lá.

7 – Pela primeira vez, desde a sua fundação, a TV da Câmara Municipal de João Pessoa ficou fora do ar. Espero que por pouco tempo, pois sua programação é muito ótima demais.

8 – Finalmente, depois de longo e tenebroso inverno, a Câmara Municipal de Cabedelo cassou o mandato do prefeito  Leto Viana e o tornou inelegível por oito anos. Mas que deu trabalho, deu.

9  – Quem mora em João Pessoa e frequenta o Retão de Manaíra, sabe como o trânsito ali pelas imediações do Manaíra Shopping é um terror. Pois o dono do Manaíra está abrindo uma saída de estacionamento exatamente no entroncamento do Retão com a frente do seu estabelecimento comercial. Vai ser um horror.

10 – E a Prefeitura de Santa Rita gastando 314 mil reais só com aluguéis de carros! Está nadando em dinheiro.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Iure da PB Prev, Sandro Targino, Valdemir Azevedo, Adalberto Targino, Otacilio Trajano, Luciano Bernardo, Marcos Pires, Vagner Dorta, Vanderleia Gadi,  Glauce Burity, Cida Ramos, Marilia Arnaud, Chico Alicate, Chico do Pandeiro e Vanildo de Chica da Lage.

12 – DIRRAN, jogador do Rio Grande do Norte,  meio agalegado, era entroncadinho e tinha as pernas curtas e tortas.

Há alguns anos, em uma partida da Copa do Brasil, o narrador da Rádio Poti não cansava de gritar:

 

– Dirran é um craque! Dirran é uma revelação do futebol norte-riograndense!!!. 

 

E era Dirran prá cá, Dirran pra lá!

No final do jogo o destaque foi o jogador Dirran.

 

Vendo aquele sucesso todo do Dirran, um jovem repórter da Joven Pan foi fazer uma entrevista com o craque na beira do gramado e foi logo perguntando:

 

– Você tem parentes na França? Esse seu nome é de descendência francesa?

 

O jogador, olhando espantado para o repórter, respondeu, para o Brasil todo ouvir:

 

– Não sinhô, meu apelido é Cú di Rã porque eu sou baixinho, mas como num pode falar na rádio então, eles abreveia!!

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3 Comentários

  • Reply Marcos Pires 24 de novembro de 2018 at 04:53

    É muito bom ser merecedor do abraço do amigo. Obrigado Tião .

  • Reply anonimo 24 de novembro de 2018 at 07:10

    Oxi. isso num é nada perto de Teixeira-PB, somente em 2017 e até setembro(30) deste ano ele já gastou R$ 1.305.169,00(hum milhão, trezentos e cinco mil , cento e sessenta e nove reais) com aluguel de veículos. E o mais interessante é que o locador é sempre a mesma pessoa.(dados disponíveis no sagres).

  • Reply Lumière 24 de novembro de 2018 at 07:59

    O Nordeste do Bolsonaro é o do anti-Lula, da miséria e da sede (Brasil247)

    De domingo para cá, o Nordeste se tornou destaque na mídia conservadora. Não foi estimulada pelas notícias de um passado recente, em que a região crescia a índices chineses e a esperança brilhava no rosto do nordestino que carregava sonhos dos mais diversos. Não foi estimulada por notícias de uma região — antes subjugada por coronéis e presidentes que simplesmente viravam as costas — que saía do mapa da fome, via filho de agricultor se tornar doutor. Não é do mundo do Lula que eles estavam falando. Era do mundo anti-Lula com Bolsonaro, de um retorno há 50 anos.

    O Globo trouxe a seguinte manchete em seu site: “Para ganhar terreno no Nordeste, generais querem que Bolsonaro turbine caminhões-pipa”. Na edição impressa do domingo (18), sugere um “pacote de investimentos no reduto lulista”, acenando principalmente para a manutenção do Bolsa Família. E esta questão foi abordada pelo jornalista Merval Pereira em sua coluna intitulada “Pr0jeto Nordeste”, dois dias depois. A princípio, dá para perceber que eles não olham para o Nordeste como quem morre de amores ou acreditam no seu potencial. Parecem que sentem pena destes “coitados”.

    Bem, vamos começar pelas matérias de O Globo. “Turbinar caminhões-pipa” lembra muito o que o Bolsonaro afirmou sobre trazer o Brasil de 50 anos de volta. Quem mora no Nordeste, sabe que um dos seus maiores problemas é a seca — sobretudo na região do semi-árido –, sempre levada com pouco caso e como valorizada moeda eleitoral pelos políticos.

    Carro-pipa dá uma falsa sensação de problema resolvido. No outro dia vai precisar de outro carro-pipa. E assim o político vai construindo seu capital eleitoral às custas das pessoas sedentas. Os coronéis do Nordeste foram forjados assim, desde as capitanias hereditárias. Lula e Dilma quebraram o ciclo, com o programa de cisternas e a transposição do rio São Francisco, uma obra que, embora adiantada, o golpe paralisou fortemente.

    “Turbinar carros-pipa” expõe como os generais veem o Nordeste e da altura de qual patamar. Subestimam a inteligência do nordestino ao achar que só quer comida e bebida. Não, não. Quer diversão, arte e vida digna, parafraseando os Titãs. Não sentem saudades das chamadas frentes de Emergência de décadas (os nordestinos recebiam cestas básicas para trabalhos braçais à beira das rodovias esburacadas), dos carro-pipas salvadores que surgem como oásis proporcionado por políticos bondosos e sorridentes. Essa é a visão do inferno deste governo que está por vir.

    Na mesma esteira, vale citar a forma simplista, enviesada e estereotipada de como Merval Pereira vê o Nordeste. Embrulha o estômago ao tratar a região como se a única relação de Lula com o Nordeste se devesse ao Bolsa Família e não ao retorno da dignidade em todos os âmbitos. Há algo de muito digno também no Bolsa Família, encarada como assistencialismo político por Merval, que come todo dia, a quem tem dificuldade de entender que se trata de um direito humano básico, independente da pensamento capitalista mais atroz: o de se alimentar.

    Comer é um direito humano. Para os reacionários, é uma dádiva do capitalismo que só premia com comida aquele que trabalha. Ou seja, se não tiver no sistema, tem de morrer de fome mesmo. Entrar neste sistema perverso não é uma questão de escolha. E se não é por escolha, que se mude esta situação. Riqueza e pobreza não são algo dado.

    Há 50 anos, para onde Bolsonaro almeja nos levar, era comum testemunharmos famílias de famintos batendo as portas e um noticiário que relatava constantemente a fome no Nordeste, sem que ninguém tomasse uma providência. A fome chegou a ser uma indústria rentável para grupos políticos oligárquicos que ainda hoje rastejam.

    Estes grupos lutaram e seguem lutando incansavelmente contra governos progressistas e contra programas que distribuem renda e contribuem para que esta máquina sórdida que se alimenta da miséria que só engordou a elite, volte a funcionar.

    Portanto, o “reduto lulista” que Merval e o Globo delimitam, tem Bolsa Família, é verdade. Saíram do mapa da fome, o que é maravilhoso. E, com isso, os nordestinos também tiveram a oportunidade de comprar sua casa, chegar ao nível superior, ter direito ao trabalho e dar um basta na diáspora tão comum para o Sudeste do país em busca de dias melhores.

    Isso me fez recordar da criação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em 2008, pelo então presidente Lula, em Mossoró (RN). Na época, a brigada de opositores e áulicos ligados à direita oligárquica que comandava o RN desinformava as pessoas ao dizer que Lula vinha inaugurar um muro e não uma universidade.

    Era evidente que faltou uma visão de dois dedos à frente do nariz para perceber que naquele momento, uma antiga escola com dois cursos superiores, passariam, de cara, para mais de 20, além de mestrado e doutorado. A quantidade dos poucos e privilegiados alunos que tinham acesso á antiga Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), hoje não representam nem a metade dos docentes. É só um exemplo pequeno para alguns, mas gigantesco para quem mora no Nordeste. Um avanço incrível que Merval dentro de uma sala refrigerada jamais perceberia.

    Bolsonaro intenta trazer este mundo traumático para o nordestino. A região é resistente. Enfrenta seca, venceu a fome (que trazem de volta), vai para a luta… O sertanejo é, antes de tudo um forte, já disse Euclides de Cunha. E, nesta resistência, não aceitará assim tão facilmente a mediocridade e o subjugo.

    William Robson Cordeiro
    Jornalista, músico e professor. Mestre em Estudos da Mídia (UFRN) e doutorando em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com estágio na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB)

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